Recebemos muitas perguntas sobre a NutriAlgas, com relação à classificação, o tipo e as caracteristicas das Algas marinhas e, pensando nestas pessoas e nos estudantes de Nutrição que sempre querem informações técnicas, resolvi publicar estas informações.

Grato

Antonio Carlos

Rhodophytas

As Rhodophytas são conhecidas como Algas Vermelhas, por sua coloração característica. Com aproximadamente 6000 espécies, a maior parte das algas vermelhas é marinha, sendo que somente 5 ou 6 espécies são de água doce.

As Rhodophytas (também conhecidas no Brasil como rodófitas), em geral, são pluricelulares e crescem junto a algum substrato (rocha), mas há algumas formas microscópicas filamentares.

Delas podem ser extraídas mucilagens, tais como agar-agar e carragenina. As algas vermelhas coralinas possuem depósito de carbonato de cálcio em suas paredes celulares o que as torna muito resistentes e sem flexibilidade. São muito abundantes e ecologicamente importantes.

Algumas variedades possuem importância econômica, na alimentação ou na produção secundária de produtos utilizados principalmente nas indústrias alimentícia e farmacêutica, como meio de cultura para microrganismos, cápsulas, supositórios, anticoagulantes, filme fotográfico, sabonete, creme para mãos, substituição da gelatina, cremes, geléias, maioneses, pudins e merengues, entre outros.

Taxonomia

As algas vermelhas são classificadas como Archaeplastida, juntamente com as Glaucophyta e as Viridiplantae (algas verdes e plantas).

Abaixo estão duas classificações publicadas válidas (a de 2008 está por validar), uma vez que a taxonomia das algas ainda está num estado de permanente mudança (tendo a classificação acima do nível de ordemrecebido pouca atenção ao longo da maior parte do século XX).

Se alguém define o reino Plantae como significado de Archaeplastida, as algas vermelhas farão parte desse reino; se o reino Plantae for considerado estritamente como Viridiplantae, então as algas vermelhas poderão ser consideradas como possuindo o seu próprio reino ou parte do reino Protista. As classificações válidas abaixo incluem as rodófitas no reino Plantae.

De acordo com o sintetizado por Lee (2008)

Domínio Eukaryota (Corticata)

Reino Chromalveolata Cavalier-Smith, 1998

  • Filo Rhodophyta
  • Classe Rhodophytina
  • Ordens
  • Cyanidiales
  • Porphyridiales
  • Bangiales
  • Acrochaetiales
  • Batrachospermales
  • Nemaliales
  • Corallinales
  • Gelidiales
  • Gracilariales
  • Ceramiales

Sistema de classificação de acordo com Hwan Su Yoon et al. 2006

  • Reino Plantae Haeckel
  • Subreino Biliphyta Wettstein
  • Filo Rhodophyta Wettstein
  • Subfilo Cyanidiophytina subphylum novus
  • Classe Cyanidiophyceae Merola et AL
  • Subfilo Rhodophytina subphylum novus
  • Classe Bangiophyceae Wettstein
  • Classe Compsopogonophyceae Saunders et Hommersand
  • Classe Florideophyceae Cronquist
  • Classe Porphyridiophyceae classis nova Saunders et Hommersand
  • Classe Florideophyceae Cronquist
  • Classe Porphyridiophyceae classis nova
  • Classe Rhodellophyceae Cavalier-Smith
  • Classe Stylonematophyceae classis nova

Sistema de classificação de acordo com Saunders and Hommersand 2004

  • Subreino Rhodoplantae
  • Filo Cyanidiphyta
  • Classe Cyanidiophyceae Merola et al
  • Filo Rhodophyta Wettstein
  • Subfilo Rhodellophytina
  • Classe Rhodellophyceae Cavalier-Smith
  • Subfilo Metarhodophytina
  • Classe Compsopogonophyceae Saunders et Hommersand
  • Subfilo Eurhodophytina
  • Classe Bangiophyceae Wettstein
  • Classe Florideophyceae Cronquist
  • Subclasse Hildenbrandiophycidae
  • Subclasse Nemaliophycidae
  • Subclasse Ahnfeltiophycidae

Filo Rhodophyta ( Rhodon = Vermelho): a este filo pertencem as chamadas algas vermelhas como a coralina, derivadas, provavelmente, das algas verdes, pelo histórico fóssil encontrado.

Estas algas são quase todas multicelulares e marinhas, encontradas principalmente em mares tropicais de águas transparentes, vivendo geralmente fixas a rochas ou a outras algas.

A sua vida fixa é fundamental, pois necessitam do movimento das marés para realizar as trocas gasosas eficientemente, a presença do pigmento vermelho permite-lhes absorver a luz azul, podendo, assim, sobreviver a profundidades muito superiores às das outras algas.

Já foram encontradas algas desta divisão a mais de 260 metros de profundidade, desde que a água seja límpida o suficiente para permitir a passagem de luz. Estas algas, como outros grupos semelhantes, têm a capacidade de fazer variar a quantidade relativa de cada tipo de pigmento fotossintético, dependendo das condições de luz em que se encontram (podem ser verde brilhante quando vivem perto da superfície e vermelhas escuras quando vivem em profundidade).

A parede celular é mucilaginosa, tendo como base o glícido galactose e a substância de reserva é o amido rodoficiano, um polissacárideo semelhante ao glicogénio mas composto por cadeias pequenas e ramificadas com cerca de 15 unidades de glicose. As algas vermelhas nunca apresentam células flageladas, seja qual for a etapa do seu ciclo de vida.

Os gâmetas masculinos não apresentam parede celular e são vagamente amibóides, enquanto os gâmetas femininos são totalmente imóveis. O ágar-ágar, espécie de gelatina usada nas industrias alimentareres de chocolate, pudins e gelados é formado por substâncias mucilaginosas polissacarídicas, com galactose associada a um grupo sulfato.

Algumas algas vermelhas tornaram-se endossimbiontes já há muito, vivendo no interior de outros protistas não fotossintéticos, eventualmente, dando origem aos seus cloroplastos. É esta a origem evolutiva dos originais e distintivos cloroplastos das algas castanhas e das diatomáceas.

Algumas espécies de algas vermelhas reforçam a formação de recifes de coral, pois têm o metabolismo necessário à deposição de carbonato de cálcio tanto na própria parede celular, como em volta dela.

Referências

1. Lee, R.E. (2008). "Phycology, 4th edition". Cambridge University Press.

2. Hwan Su Yoon, K. M. Müller, R. G. Sheath, F. D. Ott & D. Bhattacharya (2006). "Defining the major lineages of red algae (Rhodophyta)". Journal of Phycology 42: 482–492.DOI:10.1111/j.1529-8817.2006.00210.x.

3. G. W. Saunders & M. H. Hommersand (2004). "Assessing red algal supraordinal diversity and taxonomy in the context of contemporary systematic data". American Journal of Botany 91: 1494–1507.

4. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.